Morre aos 94 anos o ex-deputado Neiva Moreira
Era jornalista e foi presidente nacional do PDT, líder na Câmara por duas vezes e presidente da Comissão de Relações Exteriores.
Deputado estadual pelo PSP (1951 a 1955) e federal, pelo mesmo partido, de 1955 a 1964, Neiva foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Maranhão, após aderir em 1979 à Carta de Lisboa– o documento oficial de fundação do partido idealizado por Leonel Brizola.
Pelo PDT, Neiva foi deputado federal de 1993 a 1994, e de 1997 a 2007.
Pelo PDT, Neiva foi deputado federal de 1993 a 1994, e de 1997 a 2007.
NEIVA MOREIRA, UM POLÍTICO QUE MARCOU SUA ATUAÇÃO TANTO DENTRO, COMO FORA DO MARANHÃO
Neiva Moreira José Guimarães
(Nova Iorque, Maranhão - 1917), que morreu nesta madrugada de quinta-feira
(10/05) por vota de 2 hs em São Luis (MA). foi um dos raros políticos brasileiros que
marcaram sua ação tanto dentro do estado natal, o Maranhão, e do Brasil, como no
exterior. Jornalista, publicista e político, Neiva teve uma atuação intensa nos
países emergentes, transformando-se num dos grandes ativistas e teóricos do
Terceiro Mundo, aquela parte do globo que, na época da guerra fria, pairava
entre os antigos blocos Ocidental, comandado pelos Estados Unidos, e Socialista,
liderado pela União Soviética.
Sua resistência heroica à
conspiração que redundou na ditadura de 1964, ao liderar a Frente Parlamentar
Nacionalista na Câmara dos Deputados, a partir de 1961, o aproximou de Leonel
Brizola, então governador do Rio Grande do Sul e já transformado numa grande
liderança popular. Os dois passaram a percorrer o país pregando as reformas de
base do presidente João Goulart e articulando as forças nacionalistas contra o
golpe que se avizinhava e que acabou se efetivando em 1º de abril de 1964, pois
tinha atrás de si o envolvimento da maior potência estrangeira.
Neiva Moreira foi preso e
depois obrigado a exilar-se na Bolívia, de onde depois se mudou para o Uruguai,
para, novamente com Brizola, organizar a resistência à ditadura, que se
prolongaria por 20 anos. Foi então que entendeu que a crise brasileira jamais
seria enfrentada efetivamente sem a junção dos povos oprimidos, particularmente
aqueles dos países vizinhos, que sofriam as mesmas pressões que os
nossos.
Naquela época, começavam a
pipocar os movimentos de libertação dos povos africanos, depois de séculos de
dominação pelas potências europeias. Neiva se transporta para Argélia, Angola,
Moçambique e outras áreas conflagradas, de onde não só escreveria a crônica de
sua libertação como participaria diretamente de suas lutas, angústias e
glória.
Paralelamente, ele assessora
os governos nacionalistas do general Alvarado, no Peru, de Perón, na Argentina,
regimes que depois seriam varridos pelas ditaduras que sufocariam praticamente
toda a América Latina.
Na volta ao Brasil, com a
decretação da anistia, Neiva Moreira, que antes travara lutas libertárias contra
as oligarquias do Maranhão, primeiro como jornalista e depois como deputado, fez
questão de retornar por São Luís, vindo do México, seu derradeiro exílio. Lá,
implantou o PDT, partido que Leonel Brizola fundara ao chegar do exílio. Depois
foi para o Rio de Janeiro, onde refundo os Cadernos do Terceiro Mundo, revista
que lançara ainda em sua breve passagem pela Argentina e a continuara no
México.
A história dos Cadernos do
Terceiro Mundo, primeira publicação a tratar especificamente da questão dos
países emergentes, se confunde com a própria vida atribulada de Neiva Moreira no
exílio.
Perseguido pelos grupos terroristas de direita que acabaram se apoderando da maioria daquelas nações, o velho maranhense às vezes era ultimado a deixar o país em 24 ou 48 horas, sob pena de ser assassinado, como ocorreu no Uruguai e depois na Argentina. Esta situação insólita lhe permitiu, juntamente com o faro de um dos melhores jornalistas brasileiros, penetrar a fundo na questão daqueles povos, fato que o levou a escrever vários livros memoráveis: O Nasserismo e a Revolução do Terceiro Mundo, para o qual entrevistou pessoalmente o presidente egípcio e líder nacionalista, general Gamal Abdel Nasser; Uruguai, Banda Oriental, Fronteiras do Mundo Livre, O Modelo Peruano e O Pilão da Madrugada, livros de memória, em depoimento a José Louzeiro.
Perseguido pelos grupos terroristas de direita que acabaram se apoderando da maioria daquelas nações, o velho maranhense às vezes era ultimado a deixar o país em 24 ou 48 horas, sob pena de ser assassinado, como ocorreu no Uruguai e depois na Argentina. Esta situação insólita lhe permitiu, juntamente com o faro de um dos melhores jornalistas brasileiros, penetrar a fundo na questão daqueles povos, fato que o levou a escrever vários livros memoráveis: O Nasserismo e a Revolução do Terceiro Mundo, para o qual entrevistou pessoalmente o presidente egípcio e líder nacionalista, general Gamal Abdel Nasser; Uruguai, Banda Oriental, Fronteiras do Mundo Livre, O Modelo Peruano e O Pilão da Madrugada, livros de memória, em depoimento a José Louzeiro.
Neiva Moreira foi presidente
nacional do PDT, líder na Câmara por duas vezes, presidente da Comissão de
Relações Exteriores e por fim tornou-se um dos principais assessores do
governador do Maranhão, Jackson Lago, liderando do Palácio dos Leões a
resistência à cassação de Lago, por fim consumada, em 2009, por pressões da
oligarquia maranhense. (Do Portal PDT)
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