quarta-feira, 13 de março de 2019

Conheça as vítimas do ataque em Suzano, na Grande São Paulo


Conheça as vítimas do ataque em Suzano, na Grande São Paulo



A coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo foi morta pelos atiradores em Suzano – Reprodução/Facebook
O ataque que deixou ao menos oito mortos na escola estadual Professor Raul Brasil nesta quarta-feira (13) em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, vitimou cinco alunos, duas funcionárias e um empresário.
Os alunos foram identificados como Cleiton Antonio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquiades Silva de Oliveira, Douglas Murilo Celestino e Kaio Lucas da Costa Limeira.
Também morreram no ataque Marilena Ferreira Umezu, coordenadora pedagógica, e Eliana Regina de Oliveira Xavier, agente de organização escolar.
O empresário Jorge Antonio Moraes, proprietário de uma revendedora de carros, era tio de Guilherme Taucci Monteiro, 17, um dos atiradores. Ele foi baleado em sua loja, que fica próxima à escola, pouco antes do ataque.
O adolescente Douglas Murilo Celestino, 16, morreu com um tiro na cabeça, disse o professor de história Robson Belchior, seu tio. O corpo estava no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes.
Segundo Robson, Douglas era um adolescente tranquilo. “Um moleque alegre, gente boa, participava muito da escola”.
O filho da funcionária pública Luzia Bárbara, 45, sobreviveu ao ataque pulando o muro. O menino era muito amigo de Douglas. “Ele vivia lá em casa, jogando vídeo game, bola, andando de bicicleta”, conta ela, que foi ao hospital saber notícias de Douglas. “Ele era uma excelente pessoa, ia para a igreja todo domingo”.
Segundo os amigos, Douglas gostava de andar de skate, de jogar futebol e era ótimo desenhista. “Ele era corintiano roxo. Estava me ensinando a andar de skate”, afirma Luiz, de quem era próximo.

Douglas Murilo Celestino, umas das vítimas do massacre em Suzano – Reprodução/Facebook
Outro adolescente, Cleiton Ribeiro, 17, era conhecido por ser o mais focado nos livros entre os 30 alunos da turma A do 3 ano do ensino médio da Raul Brasil.
Segundo os amigos, o estudante sonhava em passar de primeira no vestibular. Era tão quieto que nem falava qual curso ou universidade pretendia entrar.
Igor Ribeiro, 16, viu os últimos minutos de vida do amigo Cleiton. Assim que ouviram os disparos, correram pelo pátio e, na tentativa de se esconderem no prédio do centro de línguas, um tiro atingiu Cleiton.
“Não conseguimos entrar no centro de línguas porque o portão estava fechado. Foi aí que o meu amigo morreu atingido por dois disparos”, relata Igor, que saiu ileso ao pular o muro do colégio. “Eu não sei o que vai ser daqui para frente. Como voltaremos para essa escola?”.

Cleiton Antonio Ribeiro, 17, adolescente morto no massacre na escola Raul Brasil, em Suzano – Reprodução
Samuel Melquíades, 16, tinha como principal lazer o desenho. O garoto publicava nas redes sociais fotos em que estava em sua mesa de desenho e também das suas produções, algumas dedicadas especialmente a personagens dos jogos de videogame, como Link, da série Zelda, o porco-espinho Sonic e também o dinossaurinho Yoshi, da série de jogos protagonizada pelo encanador Mario.
Na segunda-feira (11), viajou com o pai, Gercialdo Melquíades, para Jacareí. Segundo o pai, desenharam juntos pela primeira vez nesse dia.
“Ele era um menino de ouro, fantástico, educado. Sempre ouvia, e todos diziam que ele era um menino que entendia. Em Jacaraí, onde fica o nosso tempo, passamos a tarde inteira desenhando juntos, pela primeira e única vez. Foi um dia muito agradável, agradeço a Deus por esse dia e por ter sido pai dele”, diz Gercialdo, que tinha uma despedida especial diária com Samuel.
“Todos os dias a gente se cumprimentava com um toque, tipo um soco na mão do outro. E hoje da manhã não foi diferente. Eu estava cansado, meio doente, gripado, e ele chegou, ‘tchau, pai’, eu dei a mão e ele bateu”.
Marilena Umezu, 59, era coordenadora pedagógica da escola. Nas palavras de Álvaro Dias, que deu aulas no colégio até o ano passado, ela era uma espécie de meio de campo entre a direção e os professores. “Todos os professores gostavam muito dela, porque era o nosso ponto de apoio”, lembra.
Em 19 de janeiro, Marilena postou em uma rede social uma publicação contra a facilitação do acesso a armas no país. “Somos a favor do porte de livros, pois a melhor arma para salvar o cidadão é a educação”, dizia o texto.

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